segunda-feira, 27 de abril de 2015

O QUE DIRIA JACOB SOBRE A TRAGÉDIA ENTRE ISRAEL E PALESTINA? Texto e ensaio poético de Ubirajara Rodrigues sobre fotografias do conflito.

Enfatizando os conflitos desfechados na Faixa de Gaza, desenvolvi uma pesquisa fotográfica na Internet, e, captei algumas imagens interessantes, que muito bem tentam mostrar o terror proporcionado por esse estado de coisa lastimável mantenedor de feridas abertas. Inspirado nessas imagens produzi 21poesias.
Quando as raízes motivadoras desse ódio recíproco entre israelitas e palestinos prosseguirão evoluindo em caules ramificados de menos terror e dor? O que diria o patriarca Jacob se presenciasse esta tragédia? Sabe-se que Jacob gerou doze filhos (Rúben, Simeão, Levi, Judá, , Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim), cujos descendentes formaram as doze tribos de Israel, as quais ocupavam na Palestina territórios bem delimitados. Entretanto por volta de sete séculos antes da era cristã, os reis assírios Teglathphalasar III(745-27) e Salmanasar V venceram Israel, deportando para a Babilônia todos os seus habitantes sobreviventes ao sangrento ataque. O segundo Livro dos Reis conta que foram levados para territórios longínquos do reino assírio.
Com o advento do século 20 (calendário gregoriano), a manutenção da esperança judaica de reconstruir a sua pátria, encontra eco com a potência britânica propondo em 1939 a criação de um só estado para árabes e judeus, Se bem que "A ideia de criação de um Estado judaico vem já do séc. XIX do movimento sionista e foi apresentada pela primeira vez por Theodor Herzl no Congresso Sionista de Basileia".
A verdade é que desde a sua expulsão no sétimo século antes da era cristã, passando pela sua reinserção territorial em 1948, tem-se a impressão que os judeus ainda não encontraram a 
"Terra Prometida". Isso tem gerado muito derramamento de sangue e insegurança mundial. Até quando?
























SUPERAÇÃO: Homem cortado ao meio por caminhão sobrevive; MENSAGEM DE ANASTÁCIA REFLETE E ORA NA CORRENTE DE PENSAMENTOS POSITIVOS 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

REVOLUÇÃO DOS COCOS: A PRIMEIRA ECO REVOLUÇÃO DO MUNDO?

Este vídeo narra sobre o mais longo e sangrento conflito, que de um certo modo se prolongou desde a Segunda Guerra Mundial até a década de noventa do século vinte, protagonizado pelo desconhecido povo da ilha de Bougainville, em luta para se tornar independente de Papua Nova Guiné, cujo desfecho aconteceu entre 1988 e 1997 em defesa de suas terras virgens até então sob domínio de poderosos grupos econômicos – a Inglaterra também está inclusa nisso. Milhares de bougainvilleanos morreram em decorrência do cerco de sete anos imposto pelos governos da Papua Nova Guiné e Austrália. Surpreendentemente a natureza inspirou a defesa bougainvilleana a usar dos seus próprios recursos naturais para confeccionar o que pode se chamar “eco armas”, entre outros artifícios nada convencionais objetivando vencer as armas tecnologicamente avançadas dos seus opressores.
De acordo com Francis Ono (principal líder do movimento), a luta bougainvelliana deu-se em cima dos seguintes pontos: 1 - luta pelo homem e sua cultura; 2 - luta pela terra e ambiente; 3 - independência.

por Ubirajara Rodrigues

SUPERAÇÃO: Homem cortado ao meio por caminhão sobrevive; MENSAGEM DE ANASTÁCIA REFLETE E ORA NA CORRENTE DE PENSAMENTOS POSITIVOS 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

NA POBREZA OS RATOS SÃO GORDOS


Foi em 2001. Nessa ocasião, num certo dia fui convidado pela minha amiga, psicóloga Liliane Gomes de Cunha para acompanhá-la na ida à favela Mandela de Pedra, lugar mais pobre do Complexo de Manguinhos, construída ao longo das margens do poluidíssimo rio Farias Timbó, no município do Rio de Janeiro. É nessa área onde se encontra a maior incidência de doenças pulmonares. Era preciso matricular pessoas adultas dessa comunidade num projeto de alfabetização do SESI em parceria com a OSCIP RedeCCAP. Cada matriculado tinha direito a uma cesta básica com alimentos mensalmente. Pois bem, no dia seguinte ela retornou sozinha até a uma casa cuja moradora ausente no dia anterior, de acordo com os vizinhos estava adoentada. Liliane contou-me ter a mulher se aproximado dela lhe mostrando uma panela com uns restos de carne dizendo que ela e o marido desempregado para  não verem os filhos morrerem de fome mataram um rato gordo. Aliás os ratos realmente são gordos nas regiões pobres do Rio de Janeiro. Enquanto mais miserável os lugares por aqui, mais gordos são os ratos e as baratas. Tenho observado isso. Será que os ratos daqui são como os de lá da Índia, sagrados tais quais os bois e as vacas? Os portugueses e os espanhóis com suas caravelas foram os principais disseminadores dos ratos nas suas colônias. Conforme a revista Super Interessante ”O pior amigo do homem”, eles devoravam as comidas da tripulação que para aliviar o tédio os caçavam e até os transformavam em refeição. Hoje, o povo irulas, na Índia os capturam e cozinham sem se preocuparem com doenças.


Assim como os cachorros são apegados aos humanos, do mesmo modo são os ratos, conforme diz o zoólogo americano Anthony Barnnett, professor da Universidade Nacional da Austrália, autor do livro The Story of Rats (A história dos ratos), os ratos convivem com a humanidade pelo menos uns 10.000 anos. Admite que no decorrer desse tempo ele tenha dado um salto evolutivo, e conseqüentemente aprendeu muito sobre nós, assim, desenvolveu truques tornando possível a convivência com o humano, mesmo sempre se escondendo. A humanidade, na tentativa de se livrar desses roedores, percebeu a utilidade dos gatos na caça deles. Gato, na antiga mitologia grega era considerado divindade.
Pois bem, a foto abaixo, de autoria de Fabiana Zanni em visita à Índia, mostra ratos num templo aonde em contato harmonioso com humanos são cultuados.


Os ratos daqui são iguais aos lá da Índia?



Imagem captada do vídeo Favela, produzido pela RedeCCAP em 1997, Manguinhos que mostra uma grande enchente sofrida pela região em decorrência do transbordamento do Rio Faria Timbó devido a forte chuva.






Por Ubirajara Rodrigues






METRÔ RIO DESDE 2003 IMPEDE O DIREITO DE IR E VIR DOS MORADORES DO MORRO AZUL, BAIRRO DO FLAMENGO, NO RIO DE JANEIRO

RELEMBRANDO PROTESTO CONTRA METRÔ RIO QUE DESDE 2003 IMPEDE O DIREITO DE IR E VIR DOS MORADORES DO MORRO AZUL, BAIRRO DO FLAMENGO, NO RIO DE JANEIRO.
ESTE TEXTO, ORIGINARIAMENTE PUBLICADO EM 13 DE JUNHO DE 2008, FOI REVISTO AGORA EM ABRIL DE 2015, LEVANDO EM CONTA QUE, A COMPANHIA DO METROPOLITANO DO RIO DE JANEIRO DEVE UMA RESPOSTA PARA A COMUNIDADE DO MORRO AZUL DESDE 2003, COM RELAÇÃO À DEVOLUÇÃO DA PASSAGEM NATURAL DO MORRO AZUL, NA ESTAÇÃO DO METRÔ FLAMENGO.                                                 

A campanha pela devolução da passagem dos moradores do Morro Azul que o Metrô Rio arbitrariamente mantém bloqueada está crescendo, ao mesmo tempo em que mexe com o potencial artístico e cultural da cidade do Rio de Janeiro. A comunidade do Morro Azul não quer somente a passagem pela passagem. Mesmo que ela esteja no complexo arquitetônico e administrativo do Metrô Rio, aquele pedacinho de terra faz parte importante da sua História.


Esta fotografia, feita no final da década de 60 do século 20, autoria de Padre Paulo Riou, mostra o caminho de acesso ao Morro Azul que dava na antiga entrada, pela rua marquês de Abrantes, 124, por onde hoje se tem acesso à estação do Metrô Flamengo. 


Na década de 70, dessa área, mais de 50 famílias foram desalojadas de suas residências e jogadas em depósitos de “humanos sem valor” numa região inóspita do Rio, chamada Antares para dar lugar à construção da estação do Metrô, que antes chamava-se Morro Azul, e renomeada de Flamengo depois por força de pressão dos moradores do bairro do Flamengo (foi por discriminação social?).



Pensa-se na possibilidade de montagem de uma exposição fotográfica naquela passagem para mostrar história de luta e afirmação do Morro Azul ainda hoje tão discriminado por muita gente do bairro do Flamengo, e até acusada que de lá ladrões saem para roubar pelas ruas desse bairro de classe média.
VAMOS AMPLIAR A CAMPANHA PELA REABERTURA DA PASSAGEM SUBTERRÂNEA DO MORRO AZUL, NA ESTAÇÃO FLAMENGO Nessa passagem pretende-se montar uma galeria de arte, cujos beneficiários serão artistas pobres de favelas e bairros populares que terão a oportunidade de expor seus trabalhos na Zona Sul. Aliás, não se sabe se por pressão do Metrô, a exibição desse vídeo/denúncia, por várias vezes foi impedido de ser visto no Youtube O_Metrô_Rio_Será_Processado_Por_Discriminação_Social? . 
Pessoal, repassem essa mensagem.Temos que aumentar em milhares de pessoas este protesto. Em breve vai será feito um abaixo-assinado.

Por Ubirajara Rodrigues
Ubirajara é diretor de comunicação, educação e cultura da 
Associação de Moradores do Bairro Azul (Morro Azul), 
é artista plástico, historiador, professor de arte
 e cultura na Oficina Portinari,Manguinhos.

NO ENFRENTAMENTO COM AS CLASSES DOMINANTES TODO MUNDO SAMBA?

Diante de uma série de fatores acontecidos no decorrer do longo percurso de transição pelo qual o Brasil vem passando é observado o quanto as classes dominantes neste país têm a ferro e a fogo defendido os seus quinhões. E contra quem as interpelam tomam as mesmas posições dos corruptos em todos os níveis que engordam a criminalidade e mancham o bom senso nacional. Digo isso, devido eu ser integrante das classes mais ferradas e oprimidas, afastadas dos reais benefícios sociais, políticos, econômicos, financeiros, etc. Escrevo assim porque sofro na pele os reflexos dessa situação a vida inteira. Nas interpelações, dentre tantos outros personagens dos mais e menos conhecidos até os mais desconhecidos, sambaram idealistas tais quais Zumbi, Tiradentes, Pedro II, João Pessoa, passando por Getúlio Vargas, João Goulard, Castello Branco, Juscelino Kubitschek, Petrônio Portela  e Tancredo_Neves, aliás, sobre a enfermidade que o levou à morte sem poder tomar posse como o primeiro presidente civil brasileiro após a ditadura em 1985, conforme comenta o historiador e pesquisador médico Luis Mir, autor da obra "O Paciente" (alusiva aos 30 anos da sinistra morte de Tancredo): "Ele poderia ter tomado posse" (...) – caso Tancredo uma nova investigação a caminho "Vamos requerer a reabertura ao Conselho Federal de Medicina  aaos conceslhos regionais de São Paulo e do Distrito Federal. A sociedade teo o direito de conhecer os processos éticos e disciplinares das sindicâncias anunciadasà época" (...) ... Mir admite que ainda há lacunas em aberto trinta anos depois. Nessa trajetória, Ulisses Guimarães, promulgador da Constituição Cidadã de 1988, que, até 2013 já tinha sido modificada 80 vezes, este não fica de fora. Dele, nem em túmulo ou mesmo por meio de algum vestígio de cinzas no ar é possível encontrá-lo, isto porque seu corpo jamais foi encontrado, num acidente cujos corpos de sua esposa Dona Mora, de Severo Gomes e esposa e do piloto foram encontrados, velados e sepultados. E a história sangrenta envolvendo o governo populista de Fernando Collor de Mello? Collor foi aquele que travou luta contra a exploração dos “descamisados, os boias-frias, gente miserável, trabalhando em condições piores que escravos”. Ele golpeou a festança financeira de uma minoria colaboradora para a existência de uma inflação de 84% ao mês Para Collor a ideia era estabilizar a economia. Para tal fazia-se necessário o “controle da circulação do dinheiro na economia por meio do bloqueio da poupança privada” comenta Luís Nassif em matéria na FOLHA DE S.PAULO:15 ANOS DEPOIS-Bloqueio de cruzados era inevitável, diz Collor. Leia mais. Esse governo ainda teve de conviver com as estripulias do seu contador Paulo César Farias. Este teria sido bucha do processo obscuro da política de porão existente de então? Até hoje, diante desses dissabores, ficamos perguntar para nós mesmos, para onde este trem vai tem sentido vida lá existir ou faz parte normal da evolução de tudo isso se manifestar em função do aprimoramento da democracia e das relações humanas no Brasil? Assistimos estupefatos o estranho episódio do candidato a presidência da república, Eduardo Campos que por pouco não falece na mesma data do seu nascimento, morte a qual Pedro Simon comparou com a de Ulisses Guimarães, que teria sido eliminado pela CIA, conforme publicação do jornalista investigativo norte-americano Wayne Madsen. Desenrola Brasil.
Não parece nada, não aos olhos da esmagadora maioria da pobreza desinformada e desinteressada deste país, mas é chocante e vergonhoso saber que um dentre outros fatores da realidade, atravancador do desenvolvimento, é o fato de apenas os 10% mais ricos no Brasil fisgar 75% da riqueza nacional.
Neste percurso, e, no embate dos acontecimentos Lula é apenas uma teoria distante de concretamente representar alguma ameaça diante da perigosa hegemonia das egoístas classes dominantes deste país. Lula é apenas o primeiro representante proveniente direto das classes miseráveis a fixar seu nome na história do presidencialismo brasileiro.

A verdade constitui-se na certeza de termos todos, de um modo ou de outro uma vida a zelar. Essa vida é a vida de cada um de nós mesmos, embalada pelos nossos sonhos e nossa vontade profunda de continuar existindo, mesmo tendo noção da ideia das coisas terem de passar por estágios coerentes com sua natureza especifica.  Antonio_Rezk  aprofunda uma reflexão a esse respeito no artigo “Uma potência de nova espécie”. Disso o Brasil também não escapa. Entretanto temos que arcar com a responsabilidade de monitorar dentro da percepção de que situações emblemáticas naturalmente existem nesse processo, mas têm limite. Os abusos não podem ser uma permanência aproveitadora dessa naturalidade. Participemos com ímpeto de luta nessa transição pelo bem estar nacional ou seremos forçados a enfrentarmos a própria ebulição do caos que pode se antecipar e cair como uma pedra sobre nós. Teremos que reaprender tudo com o caos de modo muito mais tortuoso? Pois por enquanto caem cinzas de vulcão e, nos resta batermos com mais força nossas asas de borboletas para afastar essas cinzas.

por Ubirajara Rodrigues


domingo, 19 de abril de 2015

EMBAIXO DA BATINA BRANCA O PAPA É UM HOMEM NU

*Ubirajara Rodrigues

Esta frase faz sentido, à medida que o bom senso empana qualquer dúvida libertina, facilmente possível de aflorar à mente. Ora, do ponto-de-vista histórico, uma batina é um hábito, e, não simplesmente algo como banalmente a primeira impressão sugere. Na hierarquia católica somente o papa pode usar batina branca. Uma batina assim como um hábito insere-se em boa medida ao preceito de Dom Bosco, que diz: “Não devemos só nos distinguir pelo hábito, mas sim pela nossa forma de vida”. Também não é atoa a existência de trinta e três botões pregados na batina do papa, representando a idade de Jesus, cinco botões em cada punho, significando os cinco ferimentos de Jesus na cruz, e, mais sete botões no braço mostrando os sete sacramentos. Uma faixa branca envolvendo a cintura da batina significa castidade e igreja peregrina na Terra... Enfim, desta sintética observação sobre a batina branca do papa resta saber o que tem isso a ver com “um homem nu”.  Ora, sim, tem muito a ver: O papa, nesse sentido torna-se “um homem nu”; “nu”, no sentido figurado da questão envolvendo a interioridade da pessoa humana que ele o é, pessoa essa, que, de alma se encontra completamente exposta à exterioridade no mundo cru, frio, inexorável. De modo que embaixo da batina branca papal existe um homem desvestido das malandragens mundanas. Neste sentido o papa Francisco é tão nu quanto São Francisco de Assis, que, nu de maldade, e, vestido de solidariedade enaltece um principal objetivo de Jesus: O Amor.  Esse estado de espírito ainda arduamente em construção, ainda muito pouco praticado até mesmo dentro da ideia da condição básica do se “amar o próximo como a si mesmo”. 

*Ubirajara Rodrigues é artísta plástico e historiador; 
é ex-aluno do Instituto Superior de Teologia e Filosofia 
da Arquidiocese do Rio de Janeiro.