*Ubirajara Rodrigues Estamos vivendo momentos confusos de formação de
identidade nacional aparentemente crucial no processar histórico brasileiro. São
escândalos republicanos sucessivamente acontecendo, e, o mais perigoso nessa
transição forçada pelas circunstâncias (como o é o caso brasileiro); são as
articulações engendradas pelos aproveitadores investidos de poder se arvorarem
em apressar golpes sutis de cunho ideológico na tentativa de aprofundar tendências
políticas afeitas a manter o país dividido em opiniões que contradizem a
diversidade democrática numa sociedade plural tal qual o é a nação brasileira,
mesmo já tendo passado muito sufoco na sua História, que vem sendo construída
sob a égide do suor e sangue. Chegou-se ao ponto de levarem a opinião pública a
inteira confusão inepta, de comparar estágios históricos passados, sob circunstâncias
existenciais totalmente diferentes com fatos recentes de nossa história. Ora,
por mais que a História do Brasil seja uma continuidade das histórias da Europa
e da África, evidentemente, nessa movimentação ocupamos um espaço nacional geográfico
no mundo, sobre o qual exercemos direta e indiretamente o nosso patriotismo. Deste
modo, somos nacionalistas ao reconhecermos nossa brasilidade somada com toda sua
diversidade sócio/econômico/étnico/cultural, guardando os seus matizes que nos
fortalece perante ao mundo, enquanto povo formador de identidade plural: uma nação
multiétnica sobre o solo pátrio brasileiro. Somos um conceito sui generis de
formação nacional profundamente diferente das nações europeias, africanas,
asiáticas, porque na atualidade brasileira se caminha tomando consciência da
importância do potencial regional para o desenvolvimento local e sustentável eivado
de sentimento nacional e pátrio como qualquer outro povo identificado com os
seus ideais, suas bandeiras, suas capacidades; os Estados Unidos é assim, o
Canadá é assim, a China é assim, o Japão é assim, a Inglaterra é assim, a Rússia
é assim, a Finlândia, Angola, África do Sul, esses e tantos outros países são
assim. Não nos deixemos levar pela onda de interesses escusos soltos por aí.
Foquemos nas nossas ações territorializadas, em conexão universal pela sociabilidade e bem comum, e, na medida
do possível evitemos os controvertidos “ismos” para não retardarmos ainda mais
o nosso processo evolutivo nacional brasileiro. *Ubirajara Rodrigues é artista plástico, prof. de arte e cultura, historiador Colabore para o Ubirajara fortalecer suas atividades culturais e sociais adquirindo seus escritos: ebook O Poder Místico de Anastácia e Copa do Outro Mundo. Acesse Agência Carioca para o Desenvolvimento Local-ACDL, Bosque Ecológico Nossa Senhora de Lourdes, Morro Azul, Casa de Anastácia, IBRAPEM- Instituto Brasileiro de Pesquisas Monárquicas, Consciência Biófila Multiversal-IBMult, Somos Morro Azul
Ao ler sobre a Cidade
do Rio de Janeiro, quem não a conhece fica maravilhado: Esta cidade foi capital
do Brasil de 1621 até 1960, quando a sede do governo mudou para Brasília. Depois,
o Rio virou a riquíssima cidade-estado Guanabara que por não ter município
criou as regiões administrativas, formadas pelos atuais bairros, cidade, que
com a fusão em 1975, diluiu-se no estado do Rio de Janeiro, permanecendo esse
nome somente na baia que os tupinambás outrora assim a denominava. O Rio é a
segunda maior metrópole do Brasil (depois de São Paulo), é a sexta maior da
América e a trigésima quinta do mundo. É um dos principais centros econômicos,
culturais e financeiros do país, representando o segundo maior PIB do país (e o
30º maior do mundo), abriga a sede das duas maiores empresas brasileiras - a
Petrobras e a Vale - além de ter o maior conglomerado de empresas de mídia e
comunicações da América Latina é o segundo maior polo de pesquisa e
desenvolvimento do Brasil. O Rio é a cidade de maior destino turístico internacional
no Brasil, da América Latina e de todo o Hemisfério Sul, é a cidade brasileira
mais conhecida no exterior, e, que parte dela foi designada Patrimônio Cultural
da Humanidade, e, considerada uma cidade global beta - pelo inventário de 2008
da Universidade de Loughborough (GaWC). Em de janeiro de 2019 foi eleita pela
UNESCO como a primeira Capital Mundial da Arquitetura... Mas infelizmente esse
maravilhamento, parece está bem longe de ser sentido por muita gente que nesta cidade
reside com consciência social. Isto porque todo o benefício oriundo desse
maravilhamento somente atinge uma minoria insignificante da população espalhada
pelas Zonas Central com 17
bairros, Sul 17 bairros, Norte com 87 bairros e Oeste com 127 bairros. Mesmo quando se fala que as regiões mais beneficiadas são
as de alto IDH-Índice de Desenvolvimento Humano, esquecem os bairros populares,
as favelas, áreas relegadas a baixíssimo IDH, onde moradores talentosos e
desempregados, sofrem como vítimas dos desmandos de sucessivos governos
descompromissados com o Desenvolvimento Local e Integrado (DLIS). Mesmo nos bairros
mais famosos, como Flamengo, Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, a
indústria do turismo é bem mais frequente na orla marítima, beneficiando a rede
hoteleira e ao comércio gerido por poucas empresas bem situadas financeiramente.
Este resumo sobre está fantástica cidade, ao contrário de parecer desconectado
da PLC 141/2019, leva ao entendimento de que este,
embasado principalmente nos incisos segundo e quinto do Art.1º possam servir de
inspiração para diminuir na sociedade carioca as discrepâncias socioeconômicas,
de certo modo, coadunando com o inciso X do Art. 3º do Estatuto da Agência
Carioca para o Desenvolvimento Local (ACDL), a qual aqui represento, que diz: Estimular reflexão sobre a ordenação urbana
na forma prática, consciente, e, sobretudo, humana, das áreas carentes,
observando as malhas de transportes públicos rodoviárias, ferroviárias e
hidroviárias incidindo no comprometimento público para a melhoria da qualidade
de vida. Quero dizer também, o quão urge sermos uma cidade viabilizando
de fato acessibilidade para os seus talentos refletidos em ações culturais,
sociais, econômicas colaborativas que surgem no vácuo da crise, cujos exemplos
existem aos monte, dentre os quais, está a experiência da comunidade do MorroAzul (na qual resido), no Flamengo, que, em parceria com a Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, em 2004 iniciou um reflorestamento, que hoje é o
Bosque Ecológico Nossa Senhora de Lourdes, onde se construirá a gruta de N. S.
de Lourdes. Nesse empreendimento se quer explorar o turismo social e
religioso, a educação ambiental e educação em segurança alimentar, isso numa
dinâmica de inclusão tendendo a transformar o Rio de Janeiro numa cidade
realmente criativa.
Discurso de Ubirajara Rodrigues, proferido na audiência
pública do Projeto de Lei Complementar 141/2019, realizada no Salão Nobre da Câmara
do Vereadores da cidade do Rio de Janeiro, Comissão de Assuntos Urbanos, em
12/11/2019